📢MCV #12: Escolas em Tempo Integral e recomposição da aprendizagem

O termo “mínimo conhecimento viável”, que dá nome a esta newsletter, refere-se à ideia de adquirir um conhecimento básico e essencial sobre determinados temas para que, assim, evite-se a paralisia por análise, em que se busca saber tudo antes de começar algo.

Toda semana realizamos uma curadoria dos principais temas que entendemos que podem contribuir para construir um Brasil mais justo e avançado.

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Se você só tiver 2 minutinhos

  • Na última segunda-feira, dia 31/07, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei de Incentivo às Escolas em Tempo Integral. Principalmente após a pandemia da Covid-19, tornou-se necessário ampliar a capacidade do sistema educacional, procurando atender mais e melhor a todos os estudantes da rede pública.

  • No entanto, a Escola em Tempo Integral deve ser uma das estratégias atreladas a muitas outras. Estamos sentindo as consequências de termos sido um dos países que mais mantiveram escolas fechadas e surge a necessidade de trabalhar recomposição da aprendizagem com urgência. O Teaching at the Right Level (TARL), metodologia desenvolvida pela organização indiana Pratham, e que vem sendo implementada com sucesso no Brasil pelo Instituto Gesto e pela Elos Educacional, com apoio da Fundação Lemann, tem se mostrado uma solução simples, rápida e possível para a defasagem na educação. Antes do programa, por exemplo, apenas 14% dos alunos conseguiam ler textos simples. Depois da implementação, esse número subiu para 44%

  • Escuta ativa dos educadores também é uma iniciativa essencial para que qualquer estratégia de melhoria da educação seja implementada com sucesso. O professor Yuri Alberto, membro da Rede Conectando Saberes, que faz parte da Associação Nova Escola, foi convidado pelo Ministério da Educação para representar os professores e as professoras do país no tema de Educação Integral. Yuri comenta como o tema é um grande avanço para o país.

Para aprofundar seu conhecimento

Governo

Evento de Lançamento da Estratégia Nacional de Governo Digital

(Português /1h8min/ vídeo)

Resumo:

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) realizou no último dia 2 de agosto, o evento de partida e divulgação da Estratégia Nacional de Governo Digital, em Brasília. A reunião contou com a presença de diversas autoridades do governo federal, estados e municípios, incluindo as ministras da Gestão e da Inovação, Esther Dweck; e da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos. Em conjunto com a Controladoria-Geral da União e o Ministério das Comunicações, esses serão os órgãos a liderar a pauta, de acordo com Dweck.

Por que importa?

A estratégia de Governo Digital terá impacto concreto na vida dos cidadãos brasileiros. Serviços como o PIX e o GOV.BR são ótimos exemplos de como os serviços digitais simplificam e melhoram significativamente a experiência da população ao interagir com o governo. É importante que essas estratégias de transformação digital pensem em Infraestrutura Pública Digital, possibilitando a racionalização de recursos e o alcance de objetivos sociais ambiciosos. O objetivo é simplificar o acesso do cidadão aos serviços públicos, oferecendo serviços digitais seguros e de qualidade

Gestão e Enap assinam acordo com instituto liderado por economista Mariana Mazzucato

(Português / 5 min / texto)

Resumo:

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) assinaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Instituto da Inovação e Propósito Público da University College London (IIPP/UCL) para promover a inovação e capacitação de servidores federais, buscando o desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável.



Por que importa?

A notícia destaca a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e o Instituto da Inovação e Propósito Público da University College London (IIPP/UCL). Os Acordos de Cooperação Técnica (ACT) são instrumentos essenciais para fortalecer a relação entre o setor público e as organizações da sociedade civil (OSCs). Essa cooperação tem um papel crucial na promoção do desenvolvimento social, econômico e ambiental de um país.



Marco Legal do Ensino Técnico é sancionado pelo presidente Lula

(Português / 3min / Texto)

Resumo:

Para valorizar o Ensino Técnico do Brasil, o Marco Legal do Ensino Técnico, projeto de lei de autoria de João Campos (PSB), quando deputado federal, foi sancionado pelo presidente Lula (PT), na tarde da quarta-feira (2), em Brasília. Com a lei, mudanças significativas serão realizadas: será implementado um sistema de avaliação do Ensino Técnico; os créditos das disciplinas cursadas poderão ser aproveitados em cursos do Ensino Superior e os jovens aprendizes poderão entrar no mercado de trabalho com a formação técnica realizada em instituições públicas.



Por que importa?

O Marco Legal do Ensino Técnico marca um período de padronização do sistema de avaliação e de créditos, além de priorizar o acesso às oportunidades de trabalho para jovens da rede pública técnica.





Observatório de Política Externa e da Inserção Internacional do Brasil

(Português / 10min / Texto)



Resumo:

O envio de bombas de fragmentação pelos EUA à Ucrânia causou tensões na região. Essas armas representam sérios riscos para civis e combatentes devido ao lançamento em grande quantidade e falta de controle preciso. Líderes mundiais se opuseram ao envio, mas os EUA prosseguiram com a assistência militar. As bombas cluster são proibidas em 120 países, mas continuam sendo fabricadas e utilizadas em conflitos em todo o mundo.



Por que importa?

A guerra na Ucrânia segue produzindo impactos geopolíticos importantes. O texto é relevante pois discute sobre a importância da conscientização da sociedade acerca dos riscos e impactos humanitários das armas de munição Cluster.



Sala de Aula

A voz dos jovens: volta às aulas e a indefinição sobre o novo ensino médio

(Português / 28min / Podcast)



Resumo:

Um episódio especial do podcast “Estadão Notícias” destaca as vozes dos jovens que se encontram no centro de uma discussão ainda não definida pelo Ministério da Educação (MEC). Alunos de escolas públicas e privadas do Brasil compartilham os desafios do dia a dia do novo ensino médio e expressam sua sensação de desorientação diante de um debate para o qual sentem que não foram devidamente convidados.



Por que importa?

Após meses de consulta pública para avaliar e reestruturar a política nacional de ensino médio, estudantes brasileiros retornam às aulas em agosto sem conhecimento claro sobre as mudanças que serão implementadas no programa. O novo ensino médio, em vigor desde o ano passado, apresenta diversos desafios em sua implementação, o que tem gerado uma grande dose de dúvida, frustração e angústia entre os estudantes.



Escola em tempo integral é grande salto para o país, diz educador

(Português / 6 min / texto)



Resumo:

Na última segunda-feira, dia 31/07, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei de Incentivo às Escolas em Tempo Integral. O professor Yuri Alberto, membro da Rede Conectando Saberes, foi convidado pelo Ministério da Educação para representar os professores e as professoras do país. Yuri comenta como a Escola em Tempo Integral é um grande avanço para o país.



Por que importa?

É necessário ampliar a capacidade do sistema educacional de atender mais e melhor a todos os estudantes. A Escola em Tempo Integral é uma estratégia para isso, mas que deve andar de mãos dadas com outras iniciativas, como a escuta ativa de educadores, estratégias de recomposição escolar, trabalhos com saúde mental e acolhimento, entre outros.



Uma solução simples, rápida e possível para a defasagem na educação

(Português / 3 min / texto)



Resumo:

O Teaching at the Right Level (TARL), metodologia desenvolvida pela organização indiana Pratham, voltada a crianças com defasagem de aprendizagem, vem sendo implementada com sucesso no Brasil pelo Instituto Gesto e pela Elos Educacional, com apoio da Fundação Lemann. Já presente em seis territórios brasileiros, o programa piloto já tem resultados satisfatórios: antes do programa, apenas 14% dos alunos conseguiam ler textos simples. Depois da implementação, esse número subiu para 44%.



Por que importa?

O Brasil foi um dos países que mais manteve escolas fechadas durante a pandemia, e os resultados desse processo estão sendo sentidos agora. Como comenta Lucas Rocha, diretor de Projetos na frente de Fundamental II na Fundação Lemann, “assim como na saúde foram criados hospitais de campanha, ampliando a capacidade do sistema para atender as pessoas, agora, na educação, precisamos fazer o mesmo e ampliar a capacidade do nosso sistema educacional para lidar com essa demanda”.



SP decide trocar livros oferecidos de graça pelo MEC por material digital

(Português / 7 min / texto)

Resumo:

Pela primeira vez, as escolas estaduais de São Paulo não receberão os livros didáticos do programa nacional gerido pelo Ministério da Educação (MEC). A partir do ano que vem, os alunos do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) devem usar apenas material digital. Apesar de existir cases de vários países que introduziram os livros digitais, em nenhum esse processo foi interrompido o uso do material impresso.



Por que importa?
Após a pandemia, o vínculo entre tecnologia e educação aumentou. É preciso avaliar como diferentes locais estão lidando com o assunto para garantir que a tecnologia, de fato, venha com um alavancador da aprendizagem e não seja prejudicial aos estudantes.



Pesquisa



Relatório da Unesco mapeia desafios do uso da tecnologia na educação

(Português / 7 min / texto)



Resumo:

No dia 26/07, a Unesco divulgou o Relatório de Monitoramento Global da Educação de 2023, uma publicação anual que apresenta um panorama da educação em todo o mundo. Nessa edição, intitulada “A tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?”, abordou-se, pela primeira vez, o tema da tecnologia na educação.



Por que importa?

O relatório analisa pontos relevantes que devem ser considerados no debate sobre o uso de tecnologias na educação, como a utilização de celulares em sala de aula, os efeitos da inteligência artificial na educação e o impacto da tecnologia na aprendizagem.



BLUEX: A benchmark based on Brazilian Leading Universities Entrance eXams

(Inglês / 1min / Texto)



Resumo:

Rodrigo Nogueira, pesquisador e fundador da startup Maritaca.AI publicou junto com outros pesquisadores brasileiros, uma avaliação do desempenho do GPT-3.5, GPT-4 e Sabiá (LLM treinado em português) em provas da primeira fase da USP e UNICAMP. Entre os três modelos avaliados, o GPT-4 tem uma nota superior à média dos candidatos, mas ainda não passa na primeira fase de medicina. Particularmente, o modelo tem dificuldades em perguntas que exigem raciocínio lógico, com uma nota média de 44.7%.





Por que importa?

Ainda existem poucos estudos sobre o impacto de LLM treinados na língua portuguesa. O Sabiá-65B desenvolvido pela Maritaca.AI é um raro exemplo e reforça o potencial do treinamento em idiomas específicos. No estudo, o Sabiá-65B, que é treinado em textos em português, ficou 12 pontos acima do LLaMA-65B (modelo base do Sabiá-65B). Com mais investimento na pesquisa nacional, o Brasil tem grandes chances de construir modelos tão bons quanto os melhores modelos da atualidade.







Relatório de monitoramento global da educação, resumo, 2023: a tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?

(Português / 35 páginas / PDF)



Resumo:

Nesse relatório, a Unesco apresenta algumas reflexões atualizadas sobre o contexto global do uso de tecnologias na educação e alguns detalhes chamam a atenção, como a escassez de evidências sólidas e imparciais do impacto da tecnologia educacional ou o aumento do conteúdo on-line sem que houvesse regulamentação suficiente de controle de qualidade ou diversidade. O relatório é relativamente curto (35 páginas) e vale a leitura.



Por que importa?

O papel da tecnologia na educação é controverso. Ela pode democratizar o conhecimento, apoiar a igualdade e inclusão, e melhorar a qualidade do ensino, mas também pode acentuar a desigualdade, ser onerosa e prejudicial. O fechamento de escolas devido à Covid-19 e a emergência da Inteligência Artificial (IA) generativa intensificaram o debate. A pesquisa é complexa, e evidências robustas e imparciais são escassas. A tecnologia deve ser introduzida na educação de maneira apropriada, igualitária, escalável e sustentável, complementando a interação humana. O Relatório de Monitoramento Global da Educação de 2023 sugere que ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar as metas educacionais de 2030.



Brasil ignora boas práticas de ensino para repor perdas após Covid-19

(Português / 6 min / texto)

Resumo:

Estudo desenvolvido pelo Centro Lemann de Stanford diz que temas urgentes pós-pandemia, como alfabetização de crianças mais velhas e evasão escolar, não estão sendo pensados de maneira coordenada a nível nacional.



Por que importa?

A pandemia ampliou a defasagem escolar, e olhar o tema por meio de uma coordenação nacional pode ser uma solução para recomposição de aprendizagem.

‘Put learners first’: Unesco calls for global ban on smartphones in schools

(Inglês / 5 min / texto)



Resumo:

Relatório da Unesco sugere que aparelhos celulares sejam banidos das escolas. As justificativas são de que evitaria interrupção e distração na sala de aula, além de prevenir o cyberbullying.



Por que importa?

Principalmente após a pandemia da Covid-19, o vínculo entre tecnologia e educação aumentou. Precisamos avaliar as tendências ao redor do mundo para que possamos encontrar o melhor equilíbrio entre uso da tecnologia como alavancador da aprendizagem e promotora de inclusão, evitando que vá para o caminho contrário.



Tecnologia

Antes e depois da IA

(Português / 10 min / texto)

Resumo:

Com a explosão do ChatGTP e o uso de Inteligência Artificial pela sociedade como um todo, governos de todos os países precisaram mergulhar no tema e debater os limites da nova tecnologia. No entanto, há um fator novo: esse debate acontece enquanto a IA se desenvolve em um ritmo jamais visto pela humanidade. Com isso, há um projeto de lei que busca entender os riscos, os limites, a potencialidade e a regulamentação das IAs, projeto inspirado na regulamentação da União Europeia.



Por que importa?

É preciso debater regulamentação da Inteligência Artificial para que ela possa colaborar com todos os usuários, sendo útil e com potencial de melhorar a vida das pessoas. Hoje, a IA ainda reproduz viesses e, se não olharmos esse tema com atenção, ela pode aumentar as desigualdades.
Em maio deste ano, quando a Fundação Lemann convidou Sam Altaman, CEO do ChatGpt, para debater IA no Brasil, Denis Mizne, presidente-executivo da Fundação Lemann, que mediou a conversa, contou que recorreu ao ChatGPT para perguntar quem ele deveria chamar para ajudar a entrevistar Altman e as respostas foram de apenas 5 homens. Precisamos olhar atentamente para o tema, garantindo que essas tecnologias sejam ferramentas de inclusão e não exclusão.

Mulheres serão mais afetadas do que homens pela IA no trabalho, diz McKinsey

(Português / 3 min / texto)



Resumo:

Relatório da equipe de pesquisa da consultoria McKinsey, que avalia as tendências do mercado de trabalho dos Estados Unidos até o final de 2030, calcula que as mulheres têm 1,5 vez mais chance de precisar mudar para uma nova ocupação se comparado aos homens durante esse período. Negros e hispânicos também serão afetados negativamente, segundo o estudo.



Por que importa?

Dados do relatório mostram que as indústrias com empregos de menor salário, em que mulheres são super-representadas, serão as mais impactadas pela automação. Negros e hispânicos também serão afetados, uma vez que a demanda por trabalhadores na indústria alimentícia e de produção diminuiu. Tais dados são alarmantes, pois destacam as desigualdades de gênero e étnico-raciais que a IA pode acentuar no ambiente de trabalho e como é necessário olhar para essas tecnologias com intencionalidade, para que, assim, elas trabalhem para diminuir e não aumentar as desigualdades.

LINKS

Lula sanciona lei que cria o programa Escola em Tempo Integral | Jornal Nacional | G1 │

glo.bo/45a5jlu

Uma solução simples, rápida e possível para a defasagem na educação │

bit.ly/3OIEW0K │

Escola em tempo integral é grande salto para o país, diz educador | Agência Brasil

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MINISTROS ANUNCIAM CONSTRUÇÃO INTEGRADA DE GOVERNO DIGITAL │ bit.ly/3OFr8Ea │

Gestão e Enap assinam acordo com instituto liderado por economista Mariana Mazzucato — Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos │

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Marco Legal do Ensino Técnico é sancionado pelo presidente Lula │ bit.ly/3QnxBVq │

SP decide trocar livros oferecidos de graça pelo MEC por material digital │

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│Jeduca | Relatório da Unesco mapeia desafios do uso da tecnologia na educação │

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Brasil ignora boas práticas de ensino para repor perdas após Ccovid-19 | Brasil | Valor Econômico │

glo.bo/3QpTnb7 │

│ ‘Put learners first’: Unesco calls for global ban on smartphones in schools | Unesco | The Guardian │

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Antes e depois da IA │

bit.ly/45anMOP │

Mulheres serão mais afetadas do que homens pela IA no trabalho, diz McKinsey │ bit.ly/45wBOdZ │