📢MCV #14: Educação antirracista e lideranças do setor público

Toda semana realizamos uma curadoria dos principais temas que entendemos que podem contribuir para construir um Brasil mais justo e avançado.Feedbackssão sempre bem-vindos e, para isso, basta responder este e-mail com seus comentários.

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  • Na última semana, celebramos aqui na MCV a aprovação pela Câmara do projeto que revisa a Lei de Cotas, trazendo apolítica afirmativa de reserva de vagas para os cursos de pós-graduação, além de incluir quilombolas nas cotas das universidades. A aprovação é um grande passo para o desenvolvimento de lideranças de impacto representativas e que transformam o Brasil. Entendendo a equidade racial como condição para que todas as pessoas possam desenvolver seu pleno potencial, há a necessidade de avançarmos com urgência na construção de uma educação antirracista, para que, assim, possamos ter no futuro ainda mais lideranças em seu pleno potencial e fazendo um Brasil desenvolvido e justo para todas as pessoas. Existem inúmeras evidências que comprovam os impactos do racismo na educação e, como colocado por Daniel Bento Teixeira, diretor-executivo do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades(Ceert) e membro da Rede de Líderes da Fundação Lemann, em artigo para o Porvir, a educação que reproduz o racismo não apenas deseduca, como desumaniza mais da metade da população brasileira.

  • Para avançarmos na educação antirracista, é necessário termos lideranças bem preparadas e diversas no setor público. No artigo “Quem são as pessoas que fazem o Estado brasileiro?’’, os autores Matheus Nunes, coordenador de Conhecimento, Dados e Pesquisa da Fundação Lemann, e Jessika Moreira, integrante do Movimento Pessoas à Frente, comentam sobre a pouca transparência na composição das equipes de servidores no país. “Sem a existência de dados sobre quem conduz os assuntos públicos, é difícil planejar e executar práticas e processos estruturados de gestão de pessoas, o primeiro passo para o bom funcionamento da máquina estatal’’.

Governo

Projeto visa mais mulheres em conselho de estatais

(Português, 5 min, , texto)

Resumo:

A Câmara aprovou na semana passada um projeto que obriga que ao menos 30% das vagas nos conselhos de administração e fiscal das empresas estatais e de economia mista da União, estados e municípios sejam preenchidas por profissionais do sexo feminino.

Por que importa?

Apesar de a participação de mulheres em cargos de governança de empresas ter crescido nos últimos anos, esse número ainda está aquém de representar o “peso” delas na população. Nas estatais em geral, o total não ultrapassa 20%. É importante avaliarmos ações de incentivo para garantirmos representatividade de gênero em cargos de liderança.

Governo lança Novo PAC com R$ 1,7 trilhão e participação do Ministério da Gestão

(Português, 14 min, texto)

Resumo:

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos participará de duas comissões interministeriais no novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). Uma delas, a QUALIFICA-PAC, coordenará a inclusão socioeconômica e a qualificação profissional de trabalhadores com base nos investimentos do Novo PAC. A outra,Comissão Interministerial de Inovações e Aquisições do Programa de Aceleração do Crescimento (CIIA-PAC), promoverá inovações tecnológicas nas cadeias produtivas ligadas ao programa, focando em adquirir produtos e serviços nacionais.

Por que importa?

A participação do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos em comissões interministeriais do Novo PAC, demonstra um compromisso do governo em articular e coordenar esforços para impulsionar a economia, promover a inclusão socioeconômica a partir da qualificação profissional e estimular a inovação tecnológica.

Uruguai: consenso cria condições para adoção sistêmica de tecnologia na escola

(Português, 13 min, texto)

Resumo:

O Plano Ceibal, iniciado em 2007 no Uruguai, é uma política pública que visa universalizar o acesso a dispositivos e plataformas educacionais. O programa entregou dispositivos a cada estudante e professor, reduzindo a disparidade digital entre famílias de baixa e alta renda. Até 2022, 2,8 milhões de dispositivos foram distribuídos e todas as escolas uruguaias receberam wi-fi, além de integrar uma abordagem inclusiva do programa para estudantes com deficiência.

Por que importa?

A iniciativa do Plano Ceibal aborda diretamente a disparidade digital, garantindo que estudantes tenham acesso a ferramentas educacionais digitais. Além de nivelar o campo educacional em termos tecnológicos, o programa também prepara os jovens para um mundo cada vez mais digitalizado, fornecendo habilidades essenciais para o século XXI. A abordagem inclusiva do programa, que considera estudantes com deficiência, também destaca seu compromisso com uma educação equitativa e acessível para todos.



Artigo: Quem são as pessoas que fazem o Estado brasileiro?

(Português, 5 min, texto)

Resumo:

Matheus Nunes, coordenador de Conhecimento, Dados e Pesquisa da Fundação Lemann, e Jessika Moreira, integrante do Movimento Pessoas à Frente, mostram como há pouquíssima transparência quanto à composição das equipes de servidores no país. Por exemplo, “nenhum estado brasileiro divulga nos seus portais de transparência informações sobre a escolaridade ou a raça de quem trabalha na administração pública”.

Por que importa?

Como os autores afirmam no texto, “sem a existência de dados sobre quem conduz os assuntos públicos, é difícil planejar e executar práticas e processos estruturados de gestão de pessoas, o primeiro passo para o bom funcionamento da máquina estatal”. Uma boa gestão pública depende de transparência e isso é particularmente importante quando falamos sobre o que há de mais essencial no serviço ao cidadão: as pessoas.

Mercado



Lançamento da Biblioteca Virtual Mais Diferenças

(Português, 3 min, texto)

Resumo:

A ONG Mais Diferenças, que trabalha com inclusão de pessoas com necessidades específicas, lançará no dia 23 de agosto, às 10 horas, na Biblioteca de São Paulo, sua biblioteca virtual com mais de 60 versões de livros em múltiplos formatos acessíveis.

Por que importa?

O acesso à educação para pessoas com necessidades específicas é muito mais baixo. Como exemplo, a taxa de analfabetismo no Brasil para este grupo é de 19,5%, enquanto para as demais é de 4,1%. Garantir acesso a todos é parte do processo que permitirá que o direito à aprendizagem seja real.



B3 cria índice inédito visando inclusão e diversidade no mundo corporativo

(Português, 6 min, texto)

Resumo:

A B3 anunciou a criação do iDiversa, primeiro índice da América Latina que mede a diversidade de gênero e raça nos quadros funcionais de empresas listadas em bolsa. O objetivo central da medida é incentivar as companhias a avançarem na contratação de mulheres, pessoas negras e indígenas. Quanto maior for a presença desses grupos em cargos de decisão, maior será a pontuação no índice.

Por que importa?

A disparidade de raça e gênero nos cargos de decisão de instituições públicas e privadas é extremamente marcante no Brasil. A iniciativa do índice iDiversa emerge como uma estratégia promissora para estimular uma transformação nesse panorama desigual, buscando maior equidade e representatividade.



Sala de Aula

As consequências das desigualdades para a juventude negra

(Português, 8 min, texto)

Resumo:

Em artigo para o Porvir no Dia Nacional dos Direitos Humanos (12/08), Daniel Bento Teixeira, diretor-executivo do Ceert e membro da Rede de Líderes da Fundação Lemann, faz um convite à reflexão sobre a urgência da educação antirracista e o enfrentamento ao racismo estrutural.

Por que importa?

Existem diversas evidências que comprovam os impactos do racismo na educação. Dados divulgados pelo Todos Pela Educação, por exemplo, revelam que o percentual de jovens negros matriculados no Ensino Médio em 2022 é o mesmo de brancos registrado dez anos antes, indicando uma década de atraso entre eles. A educação é determinante para a construção de uma sociedade mais igualitária, mas é importante haver uma visão crítica acerca de qual escola estamos falando. Conforme colocado por Daniel Teixeira, uma educação que reproduz o racismo não apenas deseduca, como desumaniza mais da metade da população brasileira.

Por que a Suécia desistiu da educação 100% digital e gastará milhões de euros para voltar aos livros impressos?

(Português, 12 min, texto)

Resumo:

Um dos países que mais avançou com a digitalização no mundo, com quase todos os livros tornando-se digitais nas escolas, a Suécia voltou a apostar em livros físicos. Estudos têm demonstrado que dificuldades em concentração e uma relação diferente com a leitura de conteúdos faz com que os livros físicos tenham vantagens para determinadas atividades. Além disso, o tempo excessivo de tela pode apresentar problemas para os alunos.

Por que importa?

A observação de práticas educacionais ao redor do mundo nos permite aprender e adaptar a questão à nossa realidade. As boas práticas e discussões em países que avançaram mais na digitalização nos fazem crer que não se trata de “quanto mais melhor” e, sim, de uma situação na qual há de se atingir um equilíbrio entre físico e digital, cada um com suas vocações. Uma educação desconectada do uso de tecnologia não é factível, então, a discussão não se trata de “se” a tecnologia deve ser adotada; o “como” importa muito. O exemplo da Suécia nos mostra um caminho: apostar no modelo híbrido e entender em detalhes como se pode extrair valor dos livros físicos e dos materiais digitais.



As Schools Turn to Tech for Mental Health Support, the Best Solution Might Be More Analog

(Inglês, 14 min, texto)

Resumo:

O artigo discute o crescimento de soluções tecnológicas para lidar com o crescimento de problemas relacionados com saúde mental em escolas, evidenciado principalmente após a pandemia. Enquanto mostra alguns exemplos, como a EdTech DayBreak Health, discute se a solução não deveria ser mais analógica, com o envolvimento da comunidade escolar como um todo e/ou contratação de mais profissionais nessa área.

Por que importa?

Como o próprio artigo indaga, questões de saúde mental são multifacetadas, não havendo uma solução única e simples. A tecnologia pode ser uma aliada, mas não solucionará a questão. Entender como a discussão está se dando em outros contextos pode nos ajudar a nortear nossas ações.

Novo Ensino Médio: como especialistas avaliam a nova proposta do governo

(Português, 9 min, texto)

Resumo:

Vitor de Angelo, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e Olavo Nogueira, diretor-executivo do Todos pela Educação, expõem suas visões sobre a nova proposta do Ensino Médio que emerge após consulta pública sobre o tema. Enquanto entendem que houve escuta em relação aos riscos de um aprofundamento das desigualdades no modelo proposto em Medida Provisória ainda durante o governo Temer, há indicações sobre pontos fundamentais ainda em aberto e uma "restrição excessiva" em relação aos itinerários formativos possíveis, nas palavras de Olavo.

Por que importa?

Esse tema apresenta uma série de idas e vindas desde a apresentação da proposta na forma de Medida Provisória. Essas incertezas têm gerado custos e dificuldades operacionais para os diversos entes federativos. Uma nova proposta deve garantir a escuta e definir um caminho para o enfrentamento de desafios, como a desconexão dos jovens com o modelo de escola, que é uma das motivações por trás da evasão. Uma discussão bem fundamentada é necessária para tal.



Tecnologia

OpenAI is using GPT-4 to build an AI-powered content moderation system

(Inglês, 3 min, etexto)

Resumo:

A OpenAI está usando o GPT-4 para desenvolver um sistema de moderação de conteúdo alimentado por Inteligência Artificial que é escalável, consistente e personalizável. Esse sistema, que conta com o envolvimento humano, não apenas guia as decisões de moderação de conteúdo, como também auxilia o desenvolvimento de políticas e a ágil adaptação às mudanças de diretrizes. Além disso, ele contribui para aliviar a carga mental de revisores humanos.

Por que importa?

Há décadas, a moderação de conteúdo tem sido uma das questões mais complexas quando se trata de internet. Essa temática ganha ainda mais relevância no cenário atual de avanços acelerados da inteligência artificial, ressaltando a importância de explorarmos soluções mais eficazes para a moderação de conteúdo.



Vice-presidente do Google fala sobre papel do Brasil na IA, regulação e uso de dados pessoais

(Português, 6 min, texto)

Resumo:

Royal Hansen, vice-presidente do Google, destacou a importância do Brasil no desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA). Ele afirmou que o Brasil não é apenas um local de teste, mas um centro de inovações em IA. O Google planeja investir e contratar talentos brasileiros, reforçando a presença da empresa no país, já evidenciada por uma equipe de IA em Belo Horizonte.

Por que importa?

O vice-presidente do Google reconhece riscos, como desinformação e uso malicioso da, mas vê uma "corrida" entre inovação e defesa. Essa visita ao Brasil e as colocações demonstram a importância de o Brasil estar no debate de IA.



Programa para desenvolvedores focado em IA tem 10 mil bolsas de estudo

(Português, 3 min, texto)

Resumo:

A AWS, da Amazon, e a DIO oferecem mais de 10 mil bolsas de estudo para desenvolvedores de Java com aprofundamento em Inteligência Artificial (IA) e computação em nuvem. As inscrições devem ser feitas até dia 27 de agosto no portal da DIO, no link https://www.dio.me/bootcamp/coding-future-gft-aws-desenvolvimento-java-com-cloud-aws

Por que importa?

Para conseguirmos integrar inteligência artificial de forma efetiva em nosso cotidiano, mão de obra qualificada é necessária. Um programa com bolsas pode ajudar a democratizar esse conhecimento.

Episode 2: Sal Khan

(Inglês, 30 min 17 seg, podcast)

Resumo:

Em seu novo podcast, Bill Gates entrevista o fundador da KhanAcademy, Sal Khan. Nessa conversa descontraída, eles discutem como a Inteligência Artificial transformará a educação, especialmente como o Khanmigo (tutor virtual desenvolvido pela KhanAcademy) está tirando o máximo proveito do ChatGPT para ensinar alunos nos mais diferentes tópicos educacionais, e como os professores continuarão relevantes na "era da IA".

Por que importa?

Uma das principais tendências em IA no campo da educação é o uso de tutores virtuais. Esses bots, movidos por inteligência artificial generativa, semelhantes ao ChatGPT, oferecem uma experiência inovadora no processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a KhanAcademy, com o Khanmigo, tem sido um expoente nesse debate. É crucial compreender a visão de seu fundador a respeito disso.



Classroom 2050: Unleashing AI, XR, Gaming

(Inglês, 41 min 9 seg, podcast)

Resumo:

O podcast da A16z traz uma discussão com Salman Khan, da Khan Academy; Allison Matthews, da Minecraft Education; e Anurupa Ganguly, da PrismsVR, sobre o futuro da tecnologia nas salas de aula.

Por que importa?

A inserção adequada de tecnologia depende de entender em que contextos ela pode ser efetiva. Na discussão, os desafios práticos da inserção de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, ficam evidentes, assim como a necessidade de formação adequada de professores e de garantir que a tecnologia nunca substitua a pedagogia. Discutir a sala de aula de 2050 não muda esse fato.



Generative AI Explodes: 77.8M Users In Just Two Years, Double The Rate of Tablets

(Inglês, 3 min, texto)

Resumo:

A adoção de IA generativa, como o ChatGPT, está crescendo rapidamente, superando smartphones e tablets. Lançado em 2022, em dois anos o ChatGPT contará com 77,8 milhões de usuários alcançados. A rápida adoção é atribuída à facilidade de acesso sem necessidade de novo hardware. A geração mais jovem, especialmente millennials e Geração Z, lidera essa adoção.



Por que importa?

A adoção acelerada da IA generativa é notável quando comparada com tecnologias anteriores: smartphones levaram mais de dois anos para alcançar 100 milhões de usuários após o lançamento do iPhone em 2007, e tablets atingiram 75 milhões em um período similar após o iPad em 2010. Esse ritmo acelerado indica o potencial disruptivo da IA generativa no mercado. A preferência dos jovens sugere uma mudança duradoura nas interações digitais. A acessibilidade dessa tecnologia tem transformado a dinâmica do mercado e a interação do usuário.