📢MCV #47: Educação Infantil e IA
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O Brasil enfrenta desafios na educação, principalmente no Ensino Fundamental, no qual houve um recuo significativo no número de alunos, como destacado pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. A pandemia teve um papel crucial nessa redução, fechando escolas e afetando o aprendizado. Contudo, exemplos de estados como o Ceará, que mostraram desempenho positivo, indicam que é possível reverter esse cenário. Analisar esses sucessos e entender as causas dos fracassos são passos fundamentais para garantir que não se repitam os mesmos erros e para impulsionar a melhoria contínua da qualidade educacional.
Paralelamente, a aplicação da inteligência artificial (IA) na educação apresenta-se como uma promessa para o futuro do ensino, especialmente na Educação Infantil, na qual seu uso ainda está em estágios iniciais. As potencialidades da IA incluem suporte à linguagem, avaliação e até detecção de emoções, podendo oferecer um aprendizado mais personalizado e eficiente. Contudo, preocupações relativas à privacidade, viés e equidade precisam ser cuidadosamente geridas. Isabelle Hau, da Stanford Accelerator for Learning, sublinha a importância de abordar essas questões para assegurar que a implementação da IA seja segura e inclusiva.
Esses esforços combinados entre tecnologia, análise de dados e práticas de ensino comprovadas podem trazer uma renovação necessária ao sistema educacional brasileiro, posicionando o País para oferecer uma educação de qualidade e equitativa para todas as crianças e jovens.
Sala de Aula
https://institutorodrigomendes.org.br/segundo-ano-alavancas-foca-em-politicas-publicas/
(Português, 5 min, texto)
Resumo
O Instituto Rodrigo Mendes (IRM) realizou um encontro em São Paulo com representantes de 10 municípios brasileiros que participam do projeto ‘Alavancas para a educação inclusiva de qualidade’. O evento marcou o início do segundo ano do programa, que terá como foco a formação em políticas públicas de Educação Especial. Durante o encontro, foram apresentadas a estrutura da formação e as temáticas que serão abordadas ao longo dos próximos meses. Os participantes terão a oportunidade de elaborar ou revisar uma política pública municipal voltada para ampliar a inclusão na Educação Especial. O projeto conta com parcerias importantes, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Instituto Machado Meyer, entre outros.
Por que importa?
O projeto ‘Alavancas para a educação inclusiva de qualidade’ busca promover a inclusão na Educação Especial por meio da formação de gestores e técnicos das Secretarias de Educação. A intersetorialidade é um conceito-chave na formação deste ano, destacando a importância da integração de diferentes setores da Administração Pública para o planejamento e implementação de políticas públicas inclusivas. O projeto tem como objetivo fortalecer a educação inclusiva no Brasil e contribuir para a transformação social por meio da educação.
Estratégias para o desenvolvimento do pensamento crítico
https://novaescola.org.br/conteudo/21850/estrategias-desenvolvimento-pensamento-critico
(Português, 7 min, texto)
Resumo
O artigo discute estratégias para o desenvolvimento do pensamento crítico, uma competência fundamental para o futuro de crianças e jovens. Entre as sugestões estão estimular a curiosidade e a reflexão, conectar as áreas do conhecimento e envolver os estudantes na própria forma de avaliar o trabalho pedagógico. Essas práticas podem enriquecer as aulas e preparar os alunos para um mundo complexo e em constante mudança. O texto também destaca exemplos de escolas que aplicaram essas estratégias com sucesso, mostrando como elas podem ser implementadas na prática.
Por que importa?
O desenvolvimento do pensamento crítico é essencial para preparar os alunos para os desafios do futuro. Ao estimular a curiosidade, a reflexão e a interdisciplinaridade, os educadores podem ajudar os alunos a se tornarem aprendizes autônomos e criativos. Além disso, ao envolver os alunos na criação do sistema de avaliação, eles se tornam protagonistas de sua própria aprendizagem. Essas estratégias, inspiradas por ideias de Albert Einstein, podem transformar a educação e preparar os alunos para enfrentar os desafios do século XXI.
(Inglês, 10 min, texto)
Resumo
De acordo com uma nova pesquisa nacional feita nos EUA, quase metade dos professores relatam que seus alunos têm pouco ou nenhum interesse em aprender, o que é um grande problema nas salas de aula. Além disso, 72% dos professores do Ensino Médio e um terço dos professores do Ensino Fundamental afirmam que os alunos são distraídos pelos celulares, o que também é bastante problemático. A pesquisa também revelou que a pobreza, o absenteísmo crônico e a ansiedade e depressão são problemas que afetam os alunos nas escolas. Os professores também apontam que os pais não estão colaborando para resolver o problema do uso excessivo de celulares em sala de aula.
Por que importa?
A apatia dos estudantes e o uso excessivo de celulares nas salas de aula são desafios significativos enfrentados pelos professores. Mas essa questão mostra os dois lados de uma mesma moeda: se por um lado é necessário que se crie espaços livres da tecnologia para que conexões humanas se formem e a atenção seja focada, por outro, é necessário que se desenvolva literacia digital e a capacidade de utilizar as tecnologias de maneira prática em um mundo em que ela se faz cada vez mais presente em nosso cotidiano. A questão não é simples e demanda uma visão sistêmica, com ações realizadas pelas escolas, educadores, governos, empresas privadas e até pelos próprios alunos. É um dos desafios de nosso tempo e algo que demanda transformações no nosso sistema educacional.
Brasil tem condição de superar recuo no Ensino Fundamental
(Português, 3 min, texto)
Resumo
O editorial discute a queda no número de alunos no Ensino Fundamental no Brasil, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pandemia é apontada como um dos principais fatores para esse recuo, já que as escolas ficaram fechadas por um longo período. No entanto, alguns estados apresentaram desempenho positivo, como o Ceará, mostrando que é possível superar os desafios na área da educação. O texto ressalta a importância de analisar as causas do sucesso e do fracasso para evitar a repetição dos mesmos erros, e destaca a urgência de evitar abandono, evasão ou repetência. Apesar dos desafios, o Brasil tem plenas condições de vencer a batalha da educação com persistência e rigor.
Por que importa?
O Brasil enfrenta desafios significativos na área da educação, mas é importante reconhecer que existem estados que obtiveram sucesso e podem servir de inspiração para os demais. A qualidade do ensino e a garantia de que os alunos concluam o Ensino Fundamental na idade recomendada são metas essenciais a serem alcançadas. Além disso, é fundamental melhorar o desempenho dos estudantes em disciplinas como língua portuguesa, matemática e ciências. Com investimento adequado, planejamento estratégico e comprometimento de todos os envolvidos, o Brasil pode superar os desafios e oferecer uma educação de qualidade para todas as crianças e jovens do país.
Negligenciar as habilidades socioemocionais dos estudantes ampliou as perdas de aprendizagem durante a pandemia
(Inglês, 11 min, texto)
Resumo
O membro da Rede de Líderes e Lemann Fellow, Guilherme Lichand, divulga um novo estudo realizado com estudantes do Ensino Médio no Brasil durante a pandemia documenta que a comunicação escolar voltada para a motivação, mentalidade e habilidade de autorregulação emocional dos alunos poderia ter evitado uma grande parte das perdas de aprendizagem do ensino remoto. O estudo destaca a importância das habilidades socioemocionais dos estudantes e argumenta que elas foram negligenciadas durante a transição para o ensino remoto. O artigo ressalta a necessidade de políticas educacionais que priorizem o desenvolvimento dessas habilidades para melhorar os resultados educacionais dos estudantes.
Por que importa?
Durante a pandemia, muitos estudantes enfrentaram desafios emocionais e de motivação devido à transição para o ensino remoto. A falta de interações presenciais,feedbackpositivo dos professores e colegas, e a estrutura proporcionada pelas aulas presenciais contribuíram para as perdas de aprendizagem. O estudo destaca a importância de abordar essas questões socioemocionais dos estudantes, tanto durante o ensino remoto quanto no retorno às aulas presenciais. Isso pode ser feito por meio de intervenções que promovam a motivação, a autorregulação emocional e o desenvolvimento de uma mentalidade de crescimento. Essas intervenções podem ser realizadas utilizando tecnologias simples, como mensagens de texto, para fornecer suporte e encorajamento aos estudantes.
Sesame Street adaptado ajuda crianças refugiadas a superar crises
(Inglês, 12 min, texto)
Resumo
O programa Ahlan Simsim, uma versão personalizada do Sesame Street, foi criado para ajudar crianças refugiadas sírias que vivem em campos no Líbano. Essas crianças enfrentam desafios como falta de acesso à educação pré-escolar e escassez de alimentos. O programa combina conteúdo em vídeo produzido pelo Sesame Workshop com serviços do International Rescue Committee (IRC), que trabalha com voluntários da comunidade afetada e professores profissionais para fornecer apoio local às famílias. Um estudo recente mostrou que o aprendizado remoto pode beneficiar crianças em situações de crise, e o formato do programa já foi replicado com sucesso em outras crises ao redor do mundo. Espera-se que essa intervenção holística possa ajudar as crianças mais vulneráveis a lidar com o estresse tóxico e a desenvolver resiliência em meio a conflitos, deslocamentos e guerras.
Por que importa?
A falta de apoio específico para o cuidado e a educação das crianças pequenas em situações de crise é uma lacuna significativa na ajuda humanitária global. O Ahlan Simsim é uma iniciativa pioneira nesse sentido, e os resultados até agora têm sido promissores. Com o apoio adequado dos cuidadores e das comunidades, espera-se que mais crianças ao redor do mundo possam superar as adversidades e alcançar seu pleno potencial, mesmo em meio a situações de crise.
Oportunidades
https://baoba.org.br/blackstem/
(Português, 2 min, texto)
Resumo
O Programa de Bolsas Black STEM é uma iniciativa do Baobá - Fundo para Equidade Racial, em parceria com a B3 Social e o BRASA, que oferece bolsas de graduação exclusivas para estudantes negros(as) que tenham sido aceitos em universidades estrangeiras e, em 2024, para cursos de graduação nas áreas de STEM - Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Além da bolsa de estudos, os beneficiados terão acesso a mentoria,workshops, conexão com lideranças negras, acompanhamento psicológico e apoio ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais e profissionais. Os pré-requisitos incluem autodeclaração como pessoa negra, ser brasileiro(a) e ter sido aprovado(a) em cursos de graduação STEM em universidades estrangeiras. Os documentos exigidos para a inscrição incluem histórico escolar, cartas de recomendação, carta de aceite na universidade estrangeira e comprovação de aceite em programas de bolsas. O cronograma do processo seletivo vai de março a agosto de 2024. Para mais informações e inscrições, acesse ositeoficial do programa.
Por que importa?
O Programa de Bolsas Black STEM busca promover a equidade racial no acesso à Educação Superior e incentivar o desenvolvimento de estudantes negros(as) nas áreas de STEM. Por meio de apoio financeiro, mentoria e outras atividades, o programa visa proporcionar oportunidades de sucesso acadêmico e profissional para os bolsistas. Ao investir na formação desses estudantes, o programa contribui para a diversidade e inclusão nas carreiras STEM, fortalecendo a representatividade negra nessas áreas e impulsionando a construção de um futuro mais igualitário e justo.
Pesquisa
A naturalização da injustiça nas oportunidades educacionais no Brasil
(Português, 6 min, texto)
Resumo
Neste artigo, a professora Lara Simielli, da FGV Eaesp, discute as desigualdades nas oportunidades educacionais no Brasil. Ela analisa a diferença na probabilidade de estudantes com diferentes características (gênero, raça, renda) e contextos (urbano e rural) acessarem professores com maior nível de escolaridade ao longo de 15 anos. Os resultados mostram que, apesar de algumas melhorias ao longo do tempo, as disparidades persistem, especialmente para estudantes de baixa renda, negros e aqueles que vivem em áreas rurais. A autora destaca a importância de investir na formação e no desenvolvimento docente, bem como implementar políticas públicas focalizadas para promover a equidade educacional no país.
Por que importa?
Este artigo evidencia a necessidade de enfrentar as desigualdades nas oportunidades educacionais no Brasil. A autora destaca que, embora algumas políticas públicas tenham surtido efeito ao longo dos anos, ainda há muito a ser feito para garantir que todos os estudantes tenham as mesmas oportunidades de acesso a professores com Ensino Superior. Investir na formação docente, oferecer incentivos para professores que trabalham em escolas vulneráveis e localizadas em áreas rurais, e adotar políticas públicas efetivas são algumas das medidas sugeridas para promover a equidade educacional no país.
Tecnologia
O potencial da inteligência artificial na educação infantil
https://hechingerreport.org/is-early-childhood-education-ready-for-ai/
(Português, 7 min, texto)
Resumo
Este artigo discute o interesse crescente na aplicação da inteligência artificial (IA) na educação, especialmente nos Ensinos Fundamental e Superior. No entanto, na Educação Infantil, o uso da IA ainda está em estágios iniciais. A autora do artigo entrevista Isabelle Hau, diretora executiva do Stanford Accelerator for Learning, sobre os benefícios e desafios potenciais da IA na aprendizagem precoce. Há interesse em usar a IA em áreas como avaliação, suporte à linguagem e detecção de emoções. No entanto, também existem preocupações com a privacidade, viés e equidade na implementação da IA na Educação Infantil.
Por que importa?
Embora a IA tenha o potencial de trazer benefícios significativos para a Educação Infantil, é importante abordar as preocupações relacionadas à privacidade, viés e equidade. Os educadores devem estar cientes dos riscos e garantir que o uso da IA seja seguro e inclusivo. Além disso, é importante promover o diálogo e a colaboração entre pesquisadores, educadores e organizações para desenvolver soluções eficazes e equitativas que atendam às necessidades das crianças em idade pré-escolar.
Teach For All highlights the need for collective leadership to transform education at CIES 2024
(Inglês,xxxmin, texto)
Resumo
O relatório intitulado 'The Missing Piece: Developing Collective Leadership to Transform Education' ressalta a importância da liderança coletiva no processo de transformação educacional. Elaborado por uma ampla gama de autores de mais de 60 países, em parceria com a rede Teach for All, o relatório destaca a necessidade de um comprometimento amplo da comunidade e da colaboração entre escolas, famílias, comunidades e políticas para alcançar mudanças significativas nos sistemas educacionais. A liderança coletiva é definida como a ação coordenada de um grupo diversificado de pessoas em todos os níveis do ecossistema educacional, trabalhando juntas para alcançar resultados socialmente úteis. O relatório apresenta quatro intervenções complementares para desenvolver essa liderança coletiva: recrutar pessoas diversas com potencial de liderança, desenvolver propósito e capacidade de liderança, promover conexões e redes entre as pessoas e incentivar abordagens compartilhadas para ação e aprendizado. O relatório ofereceinsightsvaliosos e recomendações práticas para educadores, líderes de sistemas e formuladores de políticas em todo o mundo, destacando a importância de uma abordagem colaborativa e baseada na comunidade para enfrentar os desafios enfrentados pela educação atualmente.
Por que importa?
A liderança coletiva é vista como uma peça fundamental para a transformação educacional, garantindo que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade. O relatório destaca a necessidade de um comprometimento amplo da comunidade, bem como a colaboração entre diferentes atores, para superar as barreiras e criar condições propícias para a aprendizagem. Além disso, ressalta a importância de conectar pessoas e promover o compartilhamento de conhecimentos e práticas entre elas. Ao adotar uma abordagem baseada na liderança coletiva, os sistemas educacionais têm maior potencial para alcançar mudanças significativas e duradouras.
Prefeitura do Rio firma acordo com OpenAI para fornecer inteligência artificial generativa nas Naves do Conhecimento
(Português, 5 min, texto)
Resumo
A Prefeitura do Rio de Janeiro assinou um acordo de cooperação com a OpenAI para fornecer o sistema de inteligência artificial generativa ChatGPT-4 nas Naves do Conhecimento, que são centros de inovação e inclusão digital. O acesso gratuito à ferramenta será disponibilizado para alunos e frequentadores das Naves. A iniciativa busca promover a inclusão digital e garantir que todos tenham acesso a essas tecnologias. O ChatGPT-4 é capaz de gerar conteúdo em diversas áreas, como artigos, notícias, roteiros,e-mailse códigos de programação. A parceria visa transformar o Rio em uma capital da inovação e preparar os profissionais do futuro.
Por que importa?
A inclusão digital é essencial para construir um futuro mais justo e igualitário. A disponibilização gratuita da inteligência artificial generativa nas Naves do Conhecimento é um passo importante para garantir o acesso de todos a essas tecnologias. A IA tem o potencial de produzir mudanças profundas no mundo, e é fundamental que todos tenham a oportunidade de aprender e utilizar essas ferramentas.
IA desenvolvida na USP é a melhor do mundo para reconhecer texturas
https://jornal.usp.br/ciencias/ia-desenvolvida-na-usp-e-a-melhor-do-mundo-para-reconhecer-texturas/
(Português, 8 min, texto)
Resumo
Cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram uma inteligência artificial chamada Radam, que é considerada a mais precisa do mundo no reconhecimento de texturas. Diferente de outras IA, que são treinadas para reconhecer objetos cotidianos, o Radam é capaz de identificar padrões complexos em imagens de exames e microscopias. O método é inovador, pois não requer um grande banco de dados, e pode ser executado em um computador doméstico convencional. A IA desenvolvida pelos pesquisadores do IFSC tem aplicações na área da saúde, inspeção de qualidade, sensoriamento remoto e análise de solo, entre outras.
Por que importa?
O desenvolvimento do Radam representa um avanço significativo na área de visão computacional e pode melhorar a precisão do diagnóstico em exames médicos, além de auxiliar em diversas outras aplicações. A capacidade do Radam de reconhecer padrões em texturas visuais complexas torna essa IA uma ferramenta poderosa para a interpretação de imagens em diferentes áreas. Com seu baixo custo e facilidade de uso, o Radam tem o potencial de democratizar o acesso a tecnologias de visão computacional e impulsionar a inovação em diversos setores.
Prefeitura do Rio assina convênio inédito na América do Sul para utilizar de Inteligência Artificial em projetos urbanos
(Português, 5 min, texto)
Resumo
A Prefeitura do Rio de Janeiro assinou um convênio com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) para a criação do Senseable Rio Lab, um laboratório que utilizará inteligência artificial em projetos urbanos. O objetivo é estudar assentamentos informais na cidade e contribuir para melhorias no planejamento urbano. O laboratório será o primeiro desse tipo na América do Sul e permitirá interpretar imagens por meio da IAinteligência artificial, analisando áreas como as favelas do Rio e desenvolvendo soluções para melhorar a vida das comunidades. Essa parceria com o MIT possibilitará o uso de tecnologias avançadas de mapeamento e sensoriamento para implementar políticas públicas de forma mais eficiente. O convênio também conta com a participação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e reforça o objetivo da prefeitura de transformar o Rio na capital da inovação e da tecnologia.
Por que importa?
A utilização da inteligência artificial em projetos urbanos pode trazer benefícios significativos para a cidade do Rio de Janeiro. O mapeamento digital e o uso de tecnologias avançadas podem ajudar a identificar problemas e desenvolver soluções inovadoras para questões como infraestrutura, habitação, reflorestamento e outras áreas. Além disso, essa parceria com o MIT coloca o Rio de Janeiro em destaque no cenário internacional, como uma cidade que está investindo em tecnologia e inovação para melhorar a qualidade de vida de seus habitantes e enfrentar os desafios urbanos do século XXI.
Senado quer aprovar regulação da IA neste mês, mas ainda não existe consenso sobre o tema
(Português, 4 min, texto)
Resumo
O Senado brasileiro anunciou que pretende aprovar um projeto de lei regulando a inteligência artificial até o final de abril. No entanto, ainda não há consenso sobre como regular a IA e a sociedade não tem participado de forma significativa no debate. O projeto em análise no Senado se baseia na lei europeia de IA, o que levanta questões sobre sua aplicabilidade no Brasil. É importante que a regulamentação da IA seja feita a partir da resposta à pergunta “O que o Brasil quer da inteligência artificial?”, e essa resposta deve vir da sociedade. Além disso, é necessário considerar com cuidado os impactos e desafios estruturais da IA, e não há justificativa para pressa nesse momento. O Tribunal de Contas da União (TCU) também criticou o projeto de lei em curso no Senado, enfatizando a importância de diretrizes que promovam o desenvolvimento responsável da tecnologia. Será decepcionante se a regulamentação da IA no Brasil for baseada em modelos estrangeiros, sem a participação efetiva da sociedade.
Por que importa?
A regulamentação da inteligência artificial é um assunto complexo e importante, que afeta a sociedade como um todo. É essencial que haja um debate amplo e inclusivo, com a participação de diversos setores e da população em geral. Países como os EUA e Taiwan estão realizando consultas públicas e envolvendo a sociedade no processo de regulamentação da IA. O Brasil também precisa retomar seu papel na regulamentação desse tema, levando em consideração suas necessidades e os desafios específicos. A pressa em aprovar uma lei sem um consenso claro e sem a participação da sociedade pode ter consequências negativas e limitar o desenvolvimento responsável da inteligência artificial no país.
Detecção de IA na educação é um beco sem saída
http://leonfurze.com/2024/04/09/ai-detection-in-education-is-a-dead-end/
(Inglês, 12 min, texto)
Resumo
O artigo discute a ineficácia das ferramentas de detecção de inteligência artificial (IA) na área da educação. Apesar do temor de que modelos de linguagem baseados em IA, como o ChatGPT, sejam usados para trapacear em tarefas acadêmicas, as ferramentas de detecção existentes não são confiáveis ou precisas. Essas ferramentas funcionam por meio da identificação de padrões de texto gerado, mas os modelos de linguagem estão em constante evolução e se tornam cada vez mais sofisticados, tornando as detecções mais difíceis. Além disso, é possível contornar essas ferramentas utilizando técnicas adversárias, o que compromete ainda mais sua eficácia. O artigo também destaca que o uso dessas ferramentas pode criar desigualdades entre os estudantes, privilegiando aqueles que têm acesso a modelos de IA mais avançados e possuem maior literacia digital. Além disso, o uso dessas ferramentas aumenta a carga de trabalho dos educadores, que já estão sobrecarregados com tarefas de avaliação e relatórios. O artigo conclui que é necessário adotar abordagens mais críticas e nuanciadas para lidar com a integridade acadêmica em um contexto de IA generativa.
Por que importa?
Se não é possível diferenciar o que é feito ou não por IA, é preciso repensar a forma de trabalhar com avaliações. A realidade é que o mundo em que vivemos já tem conteúdo produzido continuamente (incluindo partes dessanewsletter). Portanto, ser capaz de repensar as avaliações é uma forma fundamental de ressignificar a nossa relação com as tecnologias e com a aquisição de conhecimento.