📢MCV #67: Encontro de Educadores e JEDUCA

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Durante o painel no Jeduca, especialistas discutiram a importância de diferenciar o racismo do bullying nas escolas. Edineia Gonçalves, da Ação Educativa, e Daniel Helene, da Escola Vera Cruz, destacaram que o racismo é uma forma de violência coletiva que afeta todo um grupo social. Eles defendem a necessidade de uma abordagem antirracista nas escolas, com formação de equipes diversas e revisão curricular.

No II Encontro de Educadores do Século XXI, que acontecerá na Casa Firjan, temas como diversidade, sustentabilidade e transformação digital serão abordados por especialistas, incluindo Guilherme Cintra, diretor de Tecnologia e Inovação da Fundação Lemann. O evento gratuito visa discutir tendências e desafios da educação do futuro, promovendo práticas inovadoras e inclusivas.

Sala de Aula

Diagnóstico revela que 630 mil crianças aguardam por vaga em creche no Brasil
(Português, 5 min, texto/vídeo)

  • Resumo
    Opostda CEO do Instituto Maria, Cecília Souto Vidigal Mariana Luz, aborda o diagnóstico alarmante que revela que 630 mil crianças no Brasil estão aguardando por uma vaga em creche. A falta de vagas em creches é um problema grave, especialmente para crianças em situação de vulnerabilidade social, pois as creches não apenas proporcionam aprendizagem, mas também segurança alimentar e proteção contra violências. O diagnóstico, que envolveu a participação de 100% dos municípios brasileiros, é parte do levantamento “Retrato da Educação Infantil no Brasil”, realizado pelo Ministério da Educação (MEC) e outras instituições. Na postagem, é possível assistir a um trecho também de um vídeo de 3 minutos de uma entrevista da Executiva com a TV Cultura.
  • Por que importa?
    A falta de vagas em creches tem impacto significativo no desenvolvimento e bem-estar das crianças, especialmente daquelas em situação de vulnerabilidade. Garantir o acesso a creches não só beneficia diretamente as crianças, como também tem implicações mais amplas, como a melhoria dos índices de educação, a redução da desigualdade social e o fortalecimento de políticas públicas voltadas para a primeira infância. O diagnóstico sublinha a urgência de ações concretas e do apoio de candidatos políticos para resolver esse problema.

Educação pós-apocalíptica: o que vem depois do Apocalipse dos Deveres de Casa
(Inglês, 10 min, texto)

  • Resumo
    O artigo de Ethan Mollick discute o uso crescente da inteligência artificial (IA) por estudantes para completar tarefas escolares, levando a uma mudança na dinâmica da educação. Isso é, no entanto, realidade mesmo antes de a IA ser tão usada. Com a chegada da internet, entre 2008 e 2018, estudos mostram a quantidade de alunos copiando as tarefas crescendo, enquanto os benefícios de se fazer dever de casa foram reduzidos. A pesquisa mostra que essa tendência se acelera com a IA, com a maioria dos estudantes nos Estados Unidos já a utilizando para a escola em atividades como redações. No entanto, a questão da ética e do impacto na aprendizagem é levantada, pois muitos educadores veem o uso de IA como uma forma de trapaça. O autor argumenta que a educação deve focar no esforço mental como ponto central, e sugere que a integração cuidadosa da IA pode ser benéfica se usada para promover a reflexão e o pensamento crítico.
  • Por que importa?
    Com a IA cada vez mais presente no ambiente educacional, a questão da “trapaça” e da perda de aprendizagem devem ser debatidas. A educação deve priorizar a formação de habilidades e conhecimentos, não apenas a obtenção de notas. Para isso, é necessário repensar o sistema educacional de forma ampla. Isso não é uma ação que deve estar a cargo apenas dos educadores, mas, sim, dos diversos agentes desse sistema.

Milhões de estudantes estão usando aplicativos de IA para fazer lição de casa de matemática
(Inglês, 6 min, texto)

  • Resumo
    Um artigo daWIREDdiscute o aumento do uso de aplicativos de inteligência artificial por estudantes do Ensino Médio e faculdade para completar suas tarefas de matemática. O foco principal é o aplicativo Gauth, que permite aos estudantes tirar uma foto do problema de matemática, seja impresso ou escrito à mão, e receber um guia passo a passo para a solução. O Gauth, pertencente à ByteDance, tem milhões dedownloadse recebeu muitas críticas positivas. Embora o aplicativo tenha suas limitações, principalmente em problemas mais complexos, ele tem sido popular entre os estudantes que buscam uma maneira mais fácil de fazer a lição de casa.
  • Por que importa?
    O aumento do uso de aplicativos de IA como o Gauth levanta questões sobre a ética e o impacto na educação. Enquanto alguns argumentam que essas ferramentas tornam a matemática mais acessível e podem ajudar estudantes com dificuldades de aprendizagem, outros temem que a dependência excessiva desses aplicativos prejudique o desenvolvimento das habilidades de pensamento crítico. Educadores e líderes educacionais precisam considerar cuidadosamente como integrar a IA na sala de aula de modo que beneficie os estudantes sem comprometer a qualidade da educação.

França quer banir celulares das escolas e inicia teste em 200 estabelecimentos
(Português, 6 min, texto)

  • Resumo
    O governo da França planeja proibir o uso de celulares nas escolas e lançou no dia 2 de setembro um teste chamado “pausa digital”, envolvendo cerca de 200 estabelecimentos e 50 mil alunos do Ensino Fundamental. A medida, que visa prevenir a violência on-line, limitar a exposição às telas e melhorar o clima escolar, já é lei desde 2018, mas a aplicação tem sido desafiadora. A ministra da Educação, Nicole Belloubet, anunciou o teste como parte dos esforços para regular o uso de dispositivos digitais e promover um ambiente de aprendizagem mais focado.
  • Por que importa?
    A iniciativa da França levanta questões importantes sobre o impacto dos celulares na educação e no bem-estar dos estudantes. Ao limitar a presença de telefones nas escolas, o governo busca criar um ambiente mais propício para a concentração e o aprendizado, além de combater problemas como ocyberbullying. O resultado do teste “pausa digital” e a possível generalização da medida para todas as escolas do país em 2025 serão acompanhados de perto por outros países que enfrentam desafios semelhantes. Mas é interessante também observar o quão difícil é implementar na prática essas restrições.

Racismo na escola deve ser entendido como violência coletiva
(Português, 8 min, texto)

  • Resumo
    Um painel no Jeduca discutiu a necessidade de diferenciar claramente as práticas racistas dobullyingnas escolas, destacando que o racismo é uma forma de violência coletiva que afeta todo um grupo social, enquanto obullyinggeralmente tem um alvo individual. Edineia Gonçalves, socióloga da Ação Educativa, e Daniel Helene, coordenador pedagógico da Escola Vera Cruz, enfatizaram que as escolas precisam adotar uma abordagem mais sistemática e educativa para lidar com o racismo, envolvendo não apenas a matrícula de estudantes negros, mas também a formação de uma equipe diversa e a revisão do currículo e dos materiais didáticos para promover uma educação antirracista.
  • Por que importa?
    O debate sobre racismo na escola é necessário em um contexto de crescente desigualdade social e violência racial. A clarificação das práticas racistas, a mobilização da comunidade escolar e a promoção de ações antirracistas eficazes são vitais para criar um ambiente educacional inclusivo e equitativo. A participação de vários atores, incluindo educadores, jornalistas e ativistas, demonstra a importância e a urgência de abordar o racismo nas escolas e, por extensão, na sociedade como um todo.

eBook sobre construção de material didático antirracista
(Português, 18 min, texto)

  • Rafael Silva, gerente de Equidade e Inclusão, educador de relações étnico-raciais e consultor em Diversidade, lançou umeBookintitulado “Como construir um material didático antirracista”. OeBookreúne uma série de textos que analisam temas e recomendações para a criação de material didático antirracista. A publicação inclui aprendizados para educadores que buscam promover a reflexão crítica sobre o racismo e suas implicações.
  • Por que importa?
    Com uma série de situações ilustrando como o racismo está presente em nossas escolas, ações práticas são necessárias para combater o racismo. Um dos pontos são os próprios materiais didáticos. OeBooktangibiliza formas de se tornar mais crítico na leitura dos materiais existentes e no desenvolvimento de novos.

Por que o cérebro disléxico é entendido errado
(Inglês, 7min, vídeo)

  • Resumo
    O vídeo da Vox mostra como, apesar das dificuldades para leitura que os disléxicos enfrentam pela diferença no funcionamento de seus cérebros, isso também gera uma série de vantagens relacionadas à visualização espacial ou memória.
  • Por que importa?
    As estimativas afirmam que ao menos 10% da população mundial é disléxica (no vídeo, a estimativa para os Estados Unidos é de 20%). A compreensão dessas distinções nos permite pensar que há meios de criar sociedades que cooperem baseado nas diferenças de como funcionamos, inclusive no nível cerebral, ao invés de ver quaisquer distinções como problemas.

Setor Público

Governo Lula fará aporte de R$ 4 bilhões em fundo que financia o programa Pé-de-Meia
(Português, 6 min, texto)

  • Resumo
    O artigo discute o aporte de R$ 4 bilhões que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará para financiar o programa Pé-de-Meia, que fornece uma bolsa mensal e outros bônus para alunos de baixa renda matriculados no Ensino Médio público. O programa, que inicialmente atendia a jovens de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, foi expandido para incluir todos os jovens inscritos no Cadastro Único. A nova injeção de recursos visa garantir que o programa continue até 2026.
  • Por que importa?
    O programa Pé-de-Meia é uma iniciativa que visa combater o problema da evasão escolar entre estudantes de baixa renda. Ao fornecer incentivos financeiros, como uma bolsa mensal e uma poupança com depósitos anuais, o programa busca manter os alunos na escola e aumentar a conclusão do Ensino Médio. O aporte de R$ 4 bilhões permite estender o programa a mais beneficiários.

Oportunidades

II Encontro de Educadores do Século XXI - inscrições gratuitas
(Português, 4 min, texto)

  • Resumo
    A Casa Firjan realizará o II Encontro de Educadores do Século XXI nos dias 27 e 28 de setembro. O evento reunirá profissionais da educação para discutir as tendências e os desafios da educação do futuro. Palestrantes como Sonia Guimarães, Chico Soares, Luciano Meira e Frei Betto estarão presentes, além da participação do diretor de Inovação e Tecnologia da Fundação Lemann, Guilherme Cintra. O encontro abordará seis eixos temáticos, incluindo Transformação Digital, Abordagem STEAM, Sustentabilidade, Diversidade, Metodologias Ativas e Temas Transversais. A participação é gratuita e voltada para educadores, gestores educacionais, estudantes e outros profissionais da área.
  • Por que importa?
    O encontro possibilita a troca de experiências e a reflexão sobre práticas educativas inovadoras. Ao reunir especialistas e profissionais da educação, o evento busca impulsionar a educação do futuro, alinhada com as demandas atuais e as metas de desenvolvimento sustentável. A partir de reflexões e momentos como esse, é possível avançar em desenvolver um sistema educacional mais apropriado aos tempos atuais.

MEC lança guia, autoavaliação e cursos sobre tecnologia educacional
(Português, 9 min, texto)

  • Resumo
    O Ministério da Educação (MEC) lançou uma série de iniciativas voltadas para a tecnologia educacional, incluindo a “Matriz de Saberes Digitais Docentes”, uma ferramenta de autoavaliação on-line e novos cursos na plataforma AVAMEC. A Matriz de Saberes Digitais define as habilidades essenciais em tecnologia para professores, promovendo a integração de recursos digitais na educação. A iniciativa visa melhorar a formação docente e a prática pedagógica nas escolas de Ensino Fundamental e Médio. Além disso, o MEC publicou um edital para o desenvolvimento de mais cursos on-line gratuitos.
  • Por que importa?
    Essa iniciativa parte do pressuposto de que a tecnologia desempenha um papel-chave na educação atual, tanto para aprimorar as estratégias de ensino e aprendizagem quanto para promover a cidadania digital. A abordagem visa capacitar os professores a utilizar a tecnologia de forma intencional e inovadora, alinhando-se com as políticas nacionais de educação digital e educação conectada. A iniciativa também reflete a necessidade de atualização constante dos educadores para atender às demandas de uma sociedade cada vez mais digitalizada. Políticas articuladas do governo federal são necessárias para garantir que os diversos entes federativos possam se adaptar às novas tecnologias evitando aumento de desigualdade entre essas localidades.

Plataforma Estante Mágica capacita estudantes a criarem e ilustrarem suas próprias histórias
(Inglês, 3 min, vídeo)

  • Resumo
    AEdTechbrasileira Estante Mágica, que tem como um dos fundadores o membro da Rede de Líderes, Robson Melo, foi escolhida pela Google para ilustrar como aplicações podem mudar o mundo. É uma plataforma que capacita estudantes a criarem e ilustrarem suas próprias histórias, tornando-os autores de seus próprios livros e promovendo o amor pela educação. Os alunos podem usar um aplicativo móvel para criar e ilustrar suas histórias, simplificando o processo para os professores e capacitando as crianças a acreditarem que suas histórias são importantes.
  • Por que importa?
    A Estante Mágica já capacitou mais de 2,5 milhões de autores em todo o mundo, com 20 mil professores utilizando a plataforma para criar histórias que levam livros para dentro dos lares pela primeira vez. A abordagem inovadora da plataforma não apenas estimula a criatividade e a expressão dos estudantes, mas também ajuda a promover a leitura e a educação fora do ambiente escolar, criando uma conexão mais profunda entre os alunos e os livros.

Pesquisa

Jovens ativistas cobram mudanças na educação para enfrentar a crise climática
(Português, 10 min, texto)

  • Resumo
    Em debate realizado durante o 8º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação (JEDUCA), as jovens ativistas no cenário da crise climática Txai Suruí, Jahzara Oná e Giovanna Corrêa compartilharam suas experiências e lutas ambientais em meio a desastres como queimadas e enchentes. A discussão ressaltou a importância da educação climática e do engajamento da juventude. As ativistas enfatizaram a necessidade de incluir tópicos como racismo ambiental e reconexão com a natureza no currículo escolar.
  • Por que importa?
    O envolvimento ativo de jovens na defesa do meio ambiente e na promoção de práticas sustentáveis é cada vez mais relevante diante da crescente crise climática. A educação desempenha um papel vital ao conscientizar os estudantes sobre as interconexões entre a ação humana e as catástrofes ambientais. A experiência desses ativistas demonstra que a educação não só informa, mas também inspira a ação, levando a iniciativas concretas de ajuda às comunidades afetadas. A inclusão de temas ambientais nas escolas é fundamental para preparar as gerações futuras para enfrentar os desafios do clima.

Tecnologia

The interplay of learning, analytics and artificial intelligence in education: A vision for hybrid intelligence
(Inglês, a seu tempo, texto)

  • Resumo
    O artigo discute as diferentes formas de utilização da inteligência artificial (IA) na educação, destacando três conceitualizações básicas: externalização, internalização de modelos e extensão da cognição humana. O autor, Mutlu Curukova, da UCL, explora questões desde a definição de inteligência até o papel das relações humanas no processo educacional. O texto enfatiza a importância de não apenas automatizar processos educacionais, mas, sim, repensar todo o sistema educacional para incluir as habilidades sociais, emocionais e metacognitivas que requerem interações humanas.
  • Por que importa?
    O debate levantado pelo artigo é relevante, pois questiona a mera eficiência em atingir objetivos desatualizados no contexto educacional. A mudança educacional deve envolver uma reestruturação profunda, considerando os incentivos atuais e realinhando os objetivos com as necessidades do mundo contemporâneo. A tecnologia, por si só, não é a solução para as deficiências educacionais, mas, sim, uma abordagem holística que valoriza tanto a inovação tecnológica quanto as relações humanas.

Inteligência artificial na educação: como equilibrar ética e inovação
(Português, 11 min, texto)

  • Resumo
    O artigo do Porvir discute as implicações éticas do uso da inteligência artificial (IA) na educação, destacando a necessidade de equilibrar a inovação tecnológica com a ética. Rafael Ferreira Mello, pesquisador sênior no CESAR e professor associado na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); André Neves, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); e Ingrid Soares, advogada especializada em IA pela Harvard Kennedy School, abordam as dimensões éticas relacionadas aos dados, algoritmos e aplicação de sistemas de IA. Questões como o uso indevido de dados, viés algorítmico, plágio e transparência são discutidas como desafios que requerem atenção na integração da IA em ambientes educacionais. A discussão ética se torna mais importante à medida que a IA se torna mais prevalente nas ferramentas educacionais e a legislação, tanto no Brasil quanto internacionalmente, busca regulamentar seu uso.
  • Por que importa?
    A discussão sobre ética e IA na educação é relevante em razão dos riscos de violação de privacidade, reprodução de vieses e falta de transparência nas decisões algorítmicas. O equilíbrio entre a inovação da IA e a proteção dos direitos dos estudantes e educadores é essencial para promover um ambiente educacional seguro e inclusivo. A legislação emergente, como o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial 2024-2028, sublinha a importância de uma abordagem ética para a IA. Educadores e formuladores de políticas devem estar atentos para garantir que a IA seja utilizada de forma responsável e benéfica para o aprendizado.