📢MCV #77:

Título: MCV #77:

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Sala de Aula

O Brasil pode aprender com a educação suíça?

(Português, 6 min, texto)

Resumo

O artigo do economista Michael França, discute a visita à Suíça para conhecer seu sistema educacional, promovido pela Fundação Lemann. França destaca o modelo de educação dual da Suíça, que integra fortemente a formação acadêmica e prática, permitindo que os alunos adquiram experiências reais no ambiente profissional. Ele elogia a atualização constante do currículo para atender às demandas do mercado e a ênfase na manutenção do engajamento dos alunos. No entanto, o autor também aponta críticas ao sistema, como a separação precoce de trajetórias acadêmicas e a menor valorização de disciplinas de artes e humanidades.

Por que importa?

O principal ponto de destaque na reflexão de Michael é a valorização de todas as formas de trabalho. O foco excessivo no diploma acadêmico pode impedir o avanço em determinadas indústrias e oportunidades para pessoas com diferentes vocações. A desvalorização de áreas de trabalho manual, por exemplo, podem impedir a ascensão social de pessoas ou simplesmente a expressão de diferentes interesses.

A importância da intervenção precoce na dislexia

(Português, 12 min, texto)

Resumo

O documento do Instituto Domlexia, aborda a importância da intervenção precoce na dislexia. A dislexia é descrita como um transtorno neurobiológico que afeta a aquisição da leitura e escrita, resultando de configurações neurais diferenciadas no cérebro. A falta de ativação de áreas como a consciência fonológica e a memória de trabalho dificulta a alfabetização. O texto também destaca as coexistências com outros transtornos e problemas de saúde mental. Além disso, são apresentados dados sobre a prevalência da dislexia no Brasil e no mundo, e a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para o diagnóstico.

Por que importa?

A intervenção precoce na dislexia durante a janela neurológica dos 6-8 anos pode fazer uma enorme diferença. A identificação e abordagem adequadas das dificuldades de aprendizagem nessa fase podem resultar em melhores resultados educacionais e, por consequência, em benefícios para a saúde mental e para a sociedade como um todo. O documento destaca que investir em intervenção precoce traz retornos financeiros significativos, reduzindo custos a longo prazo com terapias e suportes educacionais adicionais, evasão escolar, desemprego e criminalidade. A legislação tanto a nível federal quanto estadual é mencionada como um passo importante, mas a implementação efetiva dos programas ainda é um desafio.

Anuário Guia do Leitor: A Educação Básica Pública em 2024

(Português, a seu tempo, texto)

Resumo

O Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2024, realizado pelo Todos Pela Educação, Fundação Santillana e Moderna, marca o retorno da tradicional publicação que reúne os principais dados educacionais do Brasil. Esta edição, a décima primeira, foca exclusivamente na Educação Básica Pública, destacando a importância da equidade e justiça social. Além de dados nacionais, o anuário também apresenta informações específicas sobre a Educação em cada estado brasileiro. Uma inovação relevante é o capítulo dedicado às relações étnico-raciais na Educação, reforçando a necessidade de uma educação que valorize a diversidade e promova a inclusão racial. A publicação também traz os primeiros dados pós-pandemia de Covid-19, permitindo uma análise dos impactos da crise na educação do país.

Por que importa?

O Anuário Guia do Leitor permite uma compreensão aprofundada da realidade educacional brasileira e para a formulação de políticas educacionais eficazes. Ao fornecer dados e análises atualizados, a publicação ajuda a identificar áreas de melhoria, especialmente após os desafios da pandemia. A ênfase na Educação Básica Pública e nas questões étnico-raciais reflete a necessidade urgente de promover uma educação inclusiva e de qualidade. Este anuário serve como um ponto de partida valioso para debates e decisões que visam aprimorar a aprendizagem dos estudantes no Brasil.

Da sondagem à avaliação externa: medindo o progresso na alfabetização

(Português, 1.04 min, texto)

Resumo

O artigo da Nova Escola aborda a importância das avaliações externas, também conhecidas como avaliações em rede ou em larga escala, no contexto da educação, especialmente no acompanhamento da alfabetização. Através dessas avaliações, as Secretarias de Educação podem obter dados valiosos para entender o desempenho dos alunos, avaliar a eficácia das políticas educacionais e promover a equidade de aprendizagem. A leitura e a escrita são focos centrais no caso de alfabetização, permitindo aos professores mapear as habilidades dos alunos e ajustar suas estratégias pedagógicas e às redes a oferecem o suporte necessário. O coordenador da Associação Bem Comum, Hylo Pereira, ilustra a relevância para encontrar os recortes raciais e de gênero para fazer análises e como a estratégia de avaliação deve estar associada a uma formação de educadores.

Por que importa?

As avaliações externas são vitais para a melhoria da educação, pois fornecem insights concretos que podem informar decisões educacionais estratégicas. Ao medir o progresso da alfabetização, as escolas e as autoridades educacionais podem identificar áreas de melhoria, tanto a nível individual quanto coletivo. Isso, por sua vez, pode levar a um planejamento mais eficaz, ações pedagógicas direcionadas e, em última instância, a uma melhor qualidade de ensino e aprendizagem.

Setor Público

Estudo mostra que apenas 8% das pessoas negras ocupam cargos de liderança

(Português, 2 min, texto)

Resumo

O estudo 'Lideranças em construção: por que a trajetória de profissionais negros é tão solitária?' realizado pela Indique uma Preta revelou que apenas 8% das pessoas negras estão em posições de liderança. Apesar do aumento da presença de negros no ensino superior, apenas 21,1% completaram a graduação, o que representa um desafio significativo para progredir no setor privado. Além da subrepresentação em cargos de liderança, o mercado ainda oferece poucas oportunidades para o desenvolvimento do potencial desses profissionais. O edital Carreiras em Movimento, uma parceria entre o Fundo Baobá e o Mover (Movimento pela Equidade Racial), busca mitigar essa situação, apoiando profissionais negros a ampliarem suas habilidades e competências de acordo com seus interesses profissionais. A iniciativa destaca a necessidade de envolvimento de vários setores da sociedade para promover a equidade de forma eficaz.

Por que importa?

A baixa representatividade de pessoas negras em cargos de liderança reflete as barreiras estruturais e sistêmicas que limitam suas oportunidades de progresso e desenvolvimento profissional. Iniciativas como o Carreiras em Movimento são vitais para criar uma rede de apoio que permita que profissionais negros atinjam todo o seu potencial e contribuam de forma significativa para a economia e a sociedade. O engajamento de diferentes atores, incluindo empresas, instituições educacionais e governamentais, é importante para impulsionar a equidade racial e criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e diversificado.

Mulheres são 62,5% dos líderes de instituições de ensino no Brasil, aponta levantamento

(Português, 6 min, texto)

Resumo

O artigo do Nexo Jornal apresenta dados de um levantamento do Instituto Unibanco sobre o perfil dos diretores das escolas públicas no Brasil. Segundo a pesquisa, 62,5% dos diretores são mulheres, e 97,5% possuem ensino superior completo, com uma proporção semelhante em todas as regiões do país. Além disso, a maioria dos diretores tem mais de 50 anos. A pesquisa também revela que a maioria dos diretores é composta por pessoas brancas, acima da proporção desse grupo na população brasileira.

Por que importa?

Os dados levantam pontos importantes que nos permitem entender a representatividade das lideranças escolares, incluindo o fato de que a maior parte destes é formado por pessoas brancas. Também é importante ressaltar que a maior parte dos diretores é escolhido sem processo seletivo. A existência desses processos é ligada a melhores resultados pedagógicos nas escolas.

Pesquisa

Resolução do Problema 16 de Hilbert sobre ciclos limites em equações diferenciais polinomiais

(Português, 8 min, texto)

Resumo

O artigo do Jornal da Unesp celebra um feito inédito dos professores Vinícius Barros da Silva, Edson Denis Leonel e João Peres Vieira, que resolveram um problema matemático muito antigo e famoso, proposto em 1900 pelo matemático alemão David Hilbert. Esse problema envolve entender quantos ciclos repetitivos podem aparecer em certos tipos de equações usadas para descrever como fenômenos mudam ao longo do tempo, como o clima ou o crescimento de populações. A solução dos professores da Unesp utiliza uma nova técnica chamada Teoria Geométrica de Bifurcações, que ajuda a visualizar e prever esses padrões repetitivos. Essa ideia inovadora pode ser aplicada em várias áreas, como biologia, física, engenharia e meteorologia, tornando possível estudar e antecipar mudanças complexas de maneira mais clara e prática.

Por que importa?

A resolução do Problema 16 de Hilbert é especialmente relevante porque oferece uma ferramenta valiosa para prever e compreender padrões de ciclos em diversos sistemas que impactam nosso cotidiano, como dinâmicas populacionais de animais e fenômenos climáticos. A abordagem multidisciplinar, que integra física e matemática, evidencia como a colaboração entre diferentes áreas do conhecimento é fundamental para impulsionar o progresso científico.


Tecnologia

Associação Nova Escola, em parceria com a Fundação Lemann, é finalista no Llama Impact Hackathon Brasil com solução de IA para professores

(Português, 4 min, texto)

Resumo

Laura Mattos, Coordenadora de Tecnologia e Inovação na Fundação Lemann, compartilhou a notícia de que a equipe da Associação Nova Escola, em parceria com a Fundação Lemann, foi finalista no Llama Impact Hackathon no Brasil. Utilizando os modelos de Inteligência Artificial da Meta, o projeto, desenvolvido em 24 horas, envolveu o projeto da criação de uma solução de IA para professores de alfabetização da escola pública.

Por que importa?

A participação e reconhecimento em hackathons como o Llama Impact Hackathon são importantes para impulsionar a inovação e o uso de tecnologias avançadas, como a IA, no campo da educação e terceiro setor. Soluções como a desenvolvida pela equipe têm o potencial de melhorar significativamente a experiência de ensino e aprendizagem, tanto para professores quanto para alunos.

Uso ético da IA na educação é possível?

(Português, 9 min, texto)

Resumo

O artigo da Intervalo, escrito por Victor Terra, aborda a crescente experimentação de recursos de inteligência artificial (IA) por educadores, especialmente no contexto da sala de aula. A discussão gira em torno das implicações éticas do uso da IA, destacando tanto as potenciais vantagens, como a melhoria da qualidade de vida e a inovação pedagógica, quanto os riscos, como a atrofia de etapas cognitivas e a violação dos direitos dos estudantes. Especialistas enfatizam a necessidade de um debate aberto e crítico sobre a ética da IA na educação, tanto para preparar os alunos para o uso responsável das tecnologias quanto para protegê-los de consequências negativas.

Por que importa?

A discussão sobre o uso ético da IA na educação impacta significativamente a forma que as tecnologias podem ter no processo de ensino-aprendizagem. Garantir que a IA seja utilizada de forma ética e responsável é essencial para promover um ambiente educacional saudável e inovador. A reflexão sobre como as ferramentas de IA podem afetar a autonomia, a criatividade e o bem-estar dos estudantes é fundamental para orientar políticas educacionais e práticas pedagógicas que impulsionem, em vez de prejudicar, o desenvolvimento dos alunos.

Curso gratuito sobre deepfakes e mídia sintética

(Inglês, 30 min, vídeo)

Resumo

O curso do professor australiano Leon Furze aborda o crescente realismo das deepfakes e da mídia sintética, destacando tanto os benefícios, como o aumento do acesso a materiais educacionais e a facilidade de tradução e comunicação, quanto os riscos, especialmente no que diz respeito às deepfakes não consensuais ou manipulativas. Foi gerado usando a combinação de ChatGPT e HeyGen, e inclui scripts, slides e um avatar de IA. Além de ser um exemplo do que pode ser criado com mídia sintética, o curso também discute os desafios futuros. O currículo inclui uma introdução humana, a explicação sobre a criação do curso, e módulos sobre a ascensão da tecnologia de deepfake, os principais riscos das deepfakes na educação, e políticas de prevenção e gerenciamento de crises.

Por que importa?

A disseminação de deepfakes e mídia sintética tem implicações significativas para a educação e a sociedade como um todo. Com a proliferação dessas tecnologias, é necessário entender os riscos envolvidos e desenvolver estratégias para mitigar seu impacto negativo. Educadores, estudantes e formuladores de políticas podem se beneficiar de um maior conhecimento sobre deepfakes, a fim de promover um ambiente educacional seguro e informado.

AI Copilots Are Changing How Coding Is Taught

(Inglês, 8 min, texto)

Resumo

O artigo da IEEE Spectrum discute como os copilotos de IA estão transformando a forma como a programação é ensinada. Professores e estudantes de ciência da computação estão cada vez mais adotando ferramentas de IA generativa para entender conceitos complexos, resumir artigos de pesquisa, e aprender a programar. A mudança de foco da sintaxe para habilidades de nível superior, como testar e depurar código, e decomposição de problemas, está redefinindo a abordagem educacional tradicional. Educadores estão explorando novas estratégias de ensino para garantir que os estudantes desenvolvam não apenas a capacidade de escrever código, mas também de pensar criticamente e trabalhar em equipe para solucionar problemas de forma eficaz.

Por que importa?

Mais do que apenas em programação, as reflexões do artigo nos fazem pensar sobre como esses conceitos se aplicam a outras áreas de conhecimento também. A integração de ferramentas de IA na educação tem implicações significativas para o futuro dos processos de aprendizagem. A abordagem colaborativa entre estudantes e educadores para aproveitar o potencial da IA enquanto mitigam seus riscos, como vieses e falta de validação, é necessária para a adaptação a um mundo onde copilotos de IA podem apoiar processos de aprendizagem, enquanto evitamos que seu uso reduza a nossa capacidade de aprendizagem.

A Revolução da Tecnologia Educacional Falhou

(Inglês, 22 min, texto)

Resumo

O artigo discute a falha da tecnologia em revolucionar o sistema educacional, argumentando que a ampla adoção de computadores, tablets e smartphones nas salas de aula não tem entregue os benefícios acadêmicos prometidos. O autor, Jared Cooney Horvath, neurocientista e educador, apresenta evidências de que o uso frequente de tecnologia por estudantes tem levado a piores resultados de aprendizagem, tanto em testes nacionais quanto em estudos internacionais. Ele destaca que a multitarefa, comum quando se trata de dispositivos digitais, é especialmente prejudicial para a aprendizagem e a memória. Horvath argumenta que a tecnologia educacional, quando mal utilizada, se torna uma distração e uma barreira para o aprendizado eficaz.

Por que importa?

O artigo levanta questões críticas sobre o papel da tecnologia na educação e destaca a importância de uma abordagem cuidadosa e estratégica ao integrar dispositivos digitais nas salas de aula. Traz pontos importantes a considerar ao incorporar tecnologia no sistema educacional e críticas bem fundamentadas. Os casos de uso de sucesso em educação e tecnologia existem, mas são pontuais e dependem de uma implementação cuidadosa e foco em retirar, por exemplo, as restrições relativas a distrações geradas por um uso sem fins pedagógicos ou sem controles das ferramentas. É importante notar no entanto, que no contexto brasileiro, a inclusão de tecnologias em escolas é também uma ferramenta de inclusão digital. Mas isso significa, como o próprio texto argumenta, que deve ser pensado o que é específico para se aprender "como usar" tecnologia e o que tem relação com a tecnologia como um meio para a aprendizagem, que pode não ser eficaz em diversos casos.