📢MCV #82: Última edição de 2024!

Chegou a última edição da newsletter do ano de 2024! Retornaremos no próximo ano trazendo os principais temas que você precisa saber para começar a sua semana! Até breve! 🙂

Um estudo do Todos Pela Educação apontou que os concursos públicos para seleção de professores no Brasil falham em avaliar a capacidade dos profissionais de efetivamente ensinar, focando mais em aspectos teóricos do que práticos. A pesquisa analisou concursos em vários Estados e capitais, revelando que apenas 3% das questões testam o Conhecimento Pedagógico de Conteúdo. Acesse aqui o estudo.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 45/24, inserida no pacote de ajuste fiscal do governo, levanta incertezas sobre seus efeitos na educação do país. O texto, escrito por Olavo Nogueira Filho e Gabriel Corrêa, analisa as possíveis consequências da PEC, especialmente no Fundeb e no orçamento discricionário do Ministério da Educação (MEC). A PEC propõe uma nova categoria de complementação ao Fundeb, direcionada à educação em tempo integral, o que pode impactar as atuais categorias e a redistribuição de recursos.

Sala de Aula

Educação inclusiva avança no país
(Português, 6 min, texto)

• Resumo
  O artigo da Folha de Pernambuco discute o avanço da educação inclusiva no Brasil, destacando que o percentual de alunos de 4 a 17 anos com deficiência matriculados em classes comuns aumentou de 77% para 91% na última década. A especialista Karolyne Ferreira, do Instituto Rodrigo Mendes, enfatiza a importância da educação inclusiva para o desenvolvimento de todos os estudantes. Ela atribui o progresso a várias iniciativas, incluindo políticas públicas, o Fundeb, e a Lei Brasileira de Inclusão. Apesar dos avanços, ainda há desafios, como a formação insuficiente de professores e a falta de salas multifuncionais.
• Por que importa?
  A educação inclusiva é importante para garantir que todos os estudantes, com ou sem deficiência, recebam uma educação de qualidade. O aumento das matrículas em classes comuns e a melhoria das instalações escolares para alunos com deficiência são passos positivos. A formação adequada dos professores e a ampliação das salas multifuncionais são vitais para assegurar que a educação inclusiva seja eficaz. Este avanço reflete uma maior conscientização da sociedade sobre a importância da igualdade educacional e do pleno desenvolvimento de todos os alunos.

Ajuste fiscal e a educação básica: incertezas e impactos da PEC 45/24
(Português, 8 min, texto)

• Resumo
  O artigo publicado no Congresso em Foco discute as incertezas e possíveis impactos da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 45/24, apresentada pelo governo federal como parte do pacote de ajuste fiscal, na educação brasileira. Os autores, Olavo Nogueira Filho e Gabriel Corrêa, do Todos pela Educação, destacam que a PEC traz dúvidas sobre como as mudanças afetarão o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o orçamento do Ministério da Educação (MEC). Eles apontam que a PEC propõe a criação de uma nova categoria de complementação do Fundeb para a educação em tempo integral, sem esclarecer como isso impactará as atuais categorias e a redistribuição de recursos. Além disso, a estratégia orçamentária do governo para o ajuste fiscal na educação levanta preocupações sobre a possível redução de investimentos em programas educacionais importantes.
• Por que importa?
  O Fundeb é uma fonte fundamental de financiamento para a educação básica no Brasil. Qualquer alteração que comprometa a redistribuição equitativa de recursos ou reduza os investimentos em programas educacionais pode prejudicar os avanços educacionais no país. A transparência e aprofundamento do debate parlamentar são necessários para garantir que as medidas de ajuste fiscal não enfraqueçam o arcabouço educacional que tem permitido melhorias na educação infantil, fundamental e média.

Cláudia Costin defende ensino em tempo integral, mas pede ações complementares do poder público
(Português, 3 min, texto)

• Resumo
  Cláudia Costin, ex-diretora Global de Educação do Banco Mundial, é uma defensora do ensino em tempo integral nas escolas públicas. Ela elogia a priorização dessa política pelo Ministério da Educação, afirmando que, em meio à era da inteligência artificial, não faz sentido apenas memorizar fórmulas. Costin acredita que é necessário repensar a abordagem educacional para preparar os estudantes de forma mais abrangente e prática e o tempo integral permite que haja tempo adicional para aprofundamentos necessários.
• Por que importa?
  O ensino em tempo integral pode oferecer aos estudantes uma educação mais completa e alinhada com as demandas atuais do mercado de trabalho. A abordagem de Costin também destaca a necessidade de ações complementares do poder público para garantir o sucesso dessa iniciativa, como a melhoria da infraestrutura escolar, a formação adequada de professores e a implementação de currículos inovadores. Em um cenário de constantes mudanças, investir em modelos educacionais progressistas pode preparar a próxima geração de profissionais qualificados.

Estudo do Todos Pela Educação revela que concursos públicos para seleção de professores não testam a capacidade de ensinar
(Português, 23 min, texto)

• Resumo
  O estudo realizado pelo Todos Pela Educação analisou concursos de 23 Estados e 19 capitais do Brasil e descobriu que apenas 3% das questões das provas de seleção avaliam a capacidade dos candidatos de ensinar temas específicos, conhecido como Conhecimento Pedagógico de Conteúdo. A pesquisa destaca a necessidade urgente de aprimorar o processo de seleção de professores, com a proposta de criar uma prova nacional de ingresso na carreira docente. A iniciativa, defendida pelo ministro da Educação, Camilo Santana, visa racionalizar custos e garantir que os professores contratados saibam efetivamente ensinar.
• Por que importa?
  A relevância deste estudo está na crítica ao atual modelo de concursos públicos que, em sua maioria, foca apenas no conhecimento do conteúdo, negligenciando a habilidade real dos professores de ensinar. A implementação de uma prova nacional pode padronizar a avaliação dos docentes em todo o país, promovendo uma educação de maior qualidade e, por consequência, impactando positivamente os resultados de aprendizagem dos estudantes. A melhoria na seleção de professores é essencial para aprimorar o sistema educacional como um todo.

A geração atual de estudantes universitários e a competição com a IA por empregos
(Inglês, 5 min, texto)

• Resumo
  O artigo escrito por Jonathan Boymal, Associate Professor of Economics, discute o desafio que a geração atual de estudantes universitários enfrenta ao competir com a Inteligência Artificial (IA) por empregos. Boymal oferece várias sugestões para os estudantes se prepararem para esse cenário, incluindo desenvolver a habilidade de trabalhar com outras pessoas, evitar a hiperespecialização, demonstrar a capacidade de organizar e concluir projetos complexos, estar aberto a novas experiências e ser um 'desajustado moderado' que busca a inovação. Comentários de outros profissionais da área de tecnologia e educação complementam as ideias de Boymal, enfatizando a importância de uma abordagem ampla e adaptável para a preparação para o mercado de trabalho futuro.
• Por que importa?
  A automação e a digitalização estão transformando rapidamente vários setores. A necessidade de habilidades humanas únicas, como a capacidade de colaborar, inovar e liderar projetos, torna-se evidente à medida que a IA assume tarefas mais rotineiras. Os conselhos dados no artigo buscam preparar os estudantes para um futuro onde a coexistência com a tecnologia é essencial para o sucesso profissional.

Resultados do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (TIMSS) 2023
(Português, 20 min, texto)

• Resumo
  O artigo publicado discute os resultados do TIMSS 2023, que pela primeira vez incluiu a participação do Brasil. A avaliação, conduzida pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA), é importante para entender a situação da educação no país em comparação com nações desenvolvidas. Os dados revelam que o Brasil está significativamente atrasado em matemática e ciências, especialmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, a equidade na educação é um desafio, com as regiões mais vulneráveis do país apresentando pontuações ainda mais baixas.
• Por que importa?
  A importância desses resultados reside na necessidade de reavaliar as políticas educacionais no Brasil, com foco na formação de professores e na promoção da equidade. A baixa performance dos estudantes, mesmo em escolas privadas e de elite, sublinha a urgência de ações que permitam a todos os alunos, independentemente de sua origem socioeconômica, ter uma educação de qualidade. A pandemia também é um fator a considerar, pois pode ter agravado a situação de aprendizagem.

Oportunidades

Programa Aprofunda da PretaLab busca impulsionar mulheres negras na tecnologia
(Português, 2 min, texto)

• Resumo
  O programa Aprofunda, criado pela PretaLab do Olabi, tem como objetivo oferecer uma formação intensiva de 6 meses em back-end para 10 mulheres negras de diferentes regiões do Brasil. A iniciativa, que conta com mentoria personalizada, ciclos formativos, e masterclasses, visa não apenas desenvolver as habilidades técnicas das participantes, mas também prepará-las para ingressar no mercado de trabalho e quebrar as barreiras de gênero existentes no setor de tecnologia. A Aprofunda faz parte dos esforços da PretaLab em promover a inclusão e diversidade no campo da tecnologia, capacitando as mulheres em habilidades socioemocionais e técnicas.
• Por que importa?
  O programa Aprofunda é relevante porque aborda diretamente a sub-representação de mulheres negras no setor de tecnologia, que historicamente tem sido dominado por homens. Ao oferecer oportunidades de formação e mentoria, a Aprofunda não só empodera as participantes individualmente, mas também contribui para a construção de um ambiente mais inclusivo e diversificado no campo da tecnologia. A iniciativa pode servir de modelo para outros programas que buscam promover a equidade de gênero e étnica neste setor estratégico.

Tecnologia

Phi-4 vence GPT-4o em Matemática
(Inglês, 7 min, texto)

• Resumo
  A Microsoft Research lançou o modelo Phi-4, com 14 bilhões de parâmetros, que se destaca em tarefas de raciocínio complexo e matemática. O modelo supera outros modelos maiores como GPT-4o, Claude 3.5 Sonnet e Gemini 1.5 Pro em problemas matemáticos. O Phi-4 é elogiado por sua abordagem de treinamento que utiliza fortemente dados sintéticos de alta qualidade e um método específico para selecionar tokens pivotais durante o pós-treinamento.
• Por que importa?
  A vitória do Phi-4 sobre modelos maiores destaca a eficácia de estratégias de treinamento inovadoras, como o uso de dados sintéticos. Isso demonstra que é possível alcançar alto desempenho em tarefas complexas com modelos de tamanho relativamente menor. A abordagem do Phi-4 pode influenciar o desenvolvimento de futuros modelos de IA, impulsionando a busca por eficiência e desempenho elevado.

Brasil pensa pequeno em IA, enquanto Índia sonha gigante
(Português, 14 min, texto)

• Resumo
  O artigo de Ronaldo Lemos na Folha de S.Paulo discute a diferença de abordagem entre Brasil e Índia no campo da inteligência artificial (IA). Enquanto a Índia investe pesadamente em se tornar uma líder em IA com o plano 'India AI Mission', que prevê um investimento de US$ 1,1 bilhão em chips de IA e infraestrutura, o Brasil adota uma postura mais subalterna. O texto argumenta que a regulação excessiva e a falta de ambição estratégica estão prejudicando a posição do Brasil no cenário global de IA.
• Por que importa?
  A discussão sobre a estratégia de IA é importante porque a tecnologia desempenha um papel cada vez mais importante no desenvolvimento econômico e na competitividade internacional. Países que conseguem inovar e dominar a IA não apenas impulsionarão seus próprios setores tecnológicos, mas também influenciarão a economia global.

CZI expande trabalho em inteligência artificial para apoiar o desenvolvimento responsável de ferramentas educacionais
(Inglês, 4 min, texto)

• Resumo
  A Chan Zuckerberg Initiative (CZI) anunciou a expansão de seu trabalho em inteligência artificial para garantir que as ferramentas educacionais que utilizam IA estejam fundamentadas em pesquisas e melhores práticas para o ensino e a aprendizagem. A CZI lançou dois novos recursos para desenvolvedores de IA educacional: o Knowledge Graph e os Evaluators. O Knowledge Graph ajuda os desenvolvedores a aprimorar as entradas do sistema de IA alinhando-as com pesquisas de ciências da aprendizagem, padrões acadêmicos estaduais e currículos. Os Evaluators ajudam os desenvolvedores a avaliar as saídas do sistema de IA para garantir precisão e qualidade. Além disso, a CZI nomeou um novo conselho consultivo composto por especialistas em escolas, privacidade de dados, IA, tecnologia educacional e ciências da aprendizagem.
• Por que importa?
  A crescente presença da IA na educação requer a garantia de que as ferramentas desenvolvidas são de alta qualidade e apoiam os esforços dos educadores para melhorar os resultados dos alunos. Ao integrar pesquisas educacionais sólidas e padrões acadêmicos nas ferramentas de IA, a CZI está promovendo uma abordagem mais eficaz e baseada em evidências para a educação, o que pode resultar em melhores experiências de aprendizagem para os estudantes.

Tendências e capacidades da IA no espaço de companheiros de IA
(Inglês, 12 min, texto)

• Resumo
  O artigo discute como a inteligência artificial, especialmente os companheiros de IA, está pronta para perturbar a conexão humana. Através de uma compilação de artigos de 2024, a discussão se concentra em como a IA está se tornando melhor em imitar as interações humanas e atender à necessidade humana de conexão. Alerta para o fato de que a IA está se tornando capaz de desempenhar atividades que antes eram consideradas exclusivas dos humanos, o que pode impactar significativamente as relações humanas.
• Por que importa?
  A evolução da IA, especialmente no contexto de companheiros de IA, tem implicações profundas na forma como as pessoas se conectam e interagem. A crescente capacidade da IA de simular empatia e oferecer suporte emocional levanta questões sobre a substituição das conexões humanas genuínas por interações artificiais. O artigo destaca a necessidade de uma reflexão ética e crítica sobre o papel da IA na sociedade e como podemos equilibrar seu potencial inovador com a preservação da humanidade nas relações interpessoais.